sábado, 26 de novembro de 2011

Cristão não deve ficar em cima do muro





            Recentemente temos visto circulando pela internet toda sorte e-mails prós e contras as candidaturas dos três principais postulantes ao cargo mais alto do executivo brasileiro. Desconsiderando os devaneios de e-mails recheados de visão política partidária, considero saudável que as pessoas hoje possam manifestar no território livre e democrático da internet suas opiniões, compartilhar pontos de vista, trocar experiências e visão de mundo contribuindo para a construção de uma  identidade política, social e cristã.  A Palavra de Deus diz que “na multidão dos conselheiros há sabedoria”. Ao cristão cabe examinar tudo e reter o que for proveitoso.



            Na história da igreja temos exemplos de grandes homens de Deus como Wesley que conduzia sua vida com a Bíblia em uma mão e um jornal na outra. Espero que neste debate democrático ninguém se exaspere se magoe ou se ressinta com o irmão que tem uma opinião contrária a sua. Não vamos desfazer nossa amizade, nem irmandade por questões temporais como é a política. Afinal, cada um tem consciência e deve agir como ser político como Deus nos fez, dotados de livre arbítrio, porém em diferentes níveis de experiência, realidade e visão.



            No momento o que me motivou escrever um pouco e manifestar também a minha opinião sobre esse assunto neste fórum foi um e-mail recebido  hoje 27/08/10, escrito por um pastor amigo meu de longa data que estar fora do Brasil. E-mail este por sinal muito bem argumentado rebatendo um slogan outrora divulgado na década de 70 e 80 principalmente no nordeste do Brasil, especificamente no Estado da Paraíba que dizia assim: “Irmão vota em irmão”.



            Concordo em parte com seu argumento que esta não deve ser a priori o argumento de votarmos nos candidatos “evangélicos” haja vista  muitos “desses ditos evangélicos “ terem envergonhado o nome de cristão. A mídia tem divulgado diversos escândalos de  políticos “evangélicos” envolvendo-se em falcatruas, “dólares na cueca”, “transportando dinheiro em jatinhos”, “evasão de divisas”, “crimes fiscais”,  “enriquecimento ilícito” “oração pelo dinheiro desviado” usando da prerrogativa do poder em beneficio próprio. Acho que já mudamos desta fase. Assim espero. Não é só pelo fato do político declarar-se “evangélico” que vamos votar nele. Nem, deveríamos permitir que reuniões, cultos, cruzadas, etc., fossem usadas para promoção de político A, B ou C.

            Há um outro extremo, porém, de bancarmos o jogo “de ficar em cima do muro” e   nos  esquivarmos de manifestar nossa opinião. Achar que qualquer um que estiver “lá no poder” não fará a menor diferença. Que Deus não está interessado numa nação transformada politicamente falando, que a igreja deve preocupar-se apenas com as almas.  Como podemos orar então para que as verbas públicas sejam utilizadas com sabedoria e justiça, se o dinheiro está sendo administrado por ladrões? Como orar para que haja bem-estar social para o rico e o pobre e igualdade de oportunidade para todos, saúde e educação, se um bando de rouba as verbas em benefício próprio? Não estamos num estado totalitário cujo pensamento filosófico é que o governante é divino e intocável. Estamos num estado democrático de direito onde há alternância de poder.



            Que fazer  então com os versículos que retratam orações e ais contra os corruptos?  Onde fica o exemplo de José no Egito, não foi uma intervenção política divina? Porventura seria fácil ser governador de todo o Egito, uma nação mais poderosa da terra da época. E Daniel que transpôs três governos totalitários como líder político mais influente de sua geração no império Babilônico, Medo e no Persa? E a rainha Ester que precisou ser incentivada por Mordecai para cumprir o seu papel? E os líderes políticos Esdras e Neemias? Vamos retirar ou desprezar esses exemplos todos da nossa Bíblia? E o Bispo Francis Asbury, discípulo de John Wesley,  fundador da Igreja Metodista na América no século dezoito, (personalidade entre as sessenta e seis mais influentes na formação na nação americana) que juntamente com outros três líderes foram ter uma conversa com George Washington no inicio do seu governo em Monte Vernon sobre a escravidão, e lhe entregaram um manifesto pedindo justiça para os escravos. Francis Asbury amava os escravos e odiava a escravidão. Aquele gesto poderia significar prisão ou forca naquele momento histórico da nação americana.



            Creio que em cada momento histórico Deus usa homens e mulheres para intervirem na história local, regional, nacional ou até mesmo com abrangência internacional. Nesse momento o meu voto e apoio vão para a Candidata do PV Senadora Marina Silva e aqueles que estiverem indecisos e voluntariamente votarem nela não apenas pelo fato dela ser comprovadamente cristã como ela é.  Algo atestado por diversos líderes cristãos, mas, crendo que Deus pode usar um servo seu no planalto tem o meu apreço. Porém não vou ficar inimigo dos que pensarem o contrário.



            Falo do ponto de vista de cidadão brasileiro, cristão, nordestino, morador da cidade de Belo Horizonte, professor  público efetivo das redes municipal de Belo Horizonte ( cuja administração é PT) e do Estado de Minas Gerais (cuja administração é PSDB).



            Voto Marina como alternativa de mudança na educação desse país. Pois acredito que só haverá mudança social e justiça quando houver valorização da educação. Quando a ignorância e clientelismo forem dissipados desse país. Quando o voto não for mais moeda de troca em negócios escusos. Do ponto de vista da experiência com educação, como professor na administração municipal onde vigora a “Escola Plural”- um projeto de governo autoritário, enfiado goela abaixo sem a menor participação dos professores na construção. onde apenas números são relevantes e não o “fazer pedagógico”. Projeto este ratificado por Brasília através do atual ministro da educação e garoto propaganda dos números Fernando Haddad. Nossa Ex-secretária de Educação Maria do Pilar foi levada para o MEC e difundir suas idéias mirabolantes para todo Brasil na câmara de Educação Básica. E no governo estadual onde vigora o descaso com a educação sem a menor valorização do professor. Nos dois casos não há diálogo com o professor que é o principal agente no processo ensino-aprendizagem.



Pr. Eduardo Gomes em Agosto de 2010


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