quinta-feira, 5 de novembro de 2015

“Estratégias Pedagógica para auxiliar na inovação da Educação Básica na escola onde atuo”

 

Eduardo Paulo Gomes 

Trazer inovação para dentro da escola não é tarefa fácil. A escola com sua tradição reprodutivista, retém modelos e estruturas seculares de aprendizagem que são difíceis de transpor. Por muito tempo os alunos foram tratados pedagogicamente de uma forma única. Como se todas as pessoas fossem iguais no quesito aquisição do conhecimento. As transformações que as novas tecnologias vêm promovendo na sociedade moderna nos levam a analisar e a refletir sobre a importância de conhecer e utilizar recursos tecnológicos como estratégia de ensino ou como ferramenta de estudo, buscando criar possibilidades educacionais ao relacionar conhecimentos que o professor leciona em sala de aula com conhecimentos tecnológicos que a sociedade disponibiliza, para ensinar e aprender de forma inovadora esses conteúdos. (GIMENES; SANTOS; TOCZEK, 2014 p.108)


A partir das pesquisas do americano Howard Gardner, um psicólogo cognitivo da Universidade de Harvard, publicadas no livro em 1983, sobre a Teoria das Múltiplas Inteligências, que o “olhar pedagógico” sobre o aluno começou a ser revolucionado. Segundo Gardner as pessoas são diferentes, reagem a estímulos de forma diferente e, portanto, a aquisição do conhecimento acontece de forma diferente. No mesmo período também foram publicados estudos pelo americano Daniel Goleman no livro Inteligência Emocional que ressalta a questão da afetividade na educação, onde a pessoa coloca suas emoções há um melhor desenvolvimento de suas habilidades, e a psicopedagoga argentina Alicia Fernández no livro Inteligência Aprisionada que aborda as questões das relações afetivas e de gênero no processo de ensino aprendizagem.

Da década de oitenta do século passado para cá, notadamente, tivemos alguns avanços, pelo menos no que tange a reconhecer os estímulos perceptivos no processo ensino-aprendizagem: algumas pessoas reagem melhor a estímulos visuais, outros são sinestésicos, outros ouvintes, uns lidam melhor com raciocínios lógicos, outros com conceitos abstratos, etc. mas, acima de tudo o nesse processo deve ser reconhecido e estimulado a construção da autonomia do aluno na aquisição do conhecimento lançando mão do desenho universal para igualdade de oportunidades, pois, 

Muitas vezes a forma como disponibilizamos o conteúdo faz com que os nossos alunos tenham um esforço enorme para atingi-lo. Por isso o Desenho Universal para Aprendizagem vem contribuir nos alertando para que disponibilizemos o conteúdo de diferentes formas para que cada aluno que aprende de diferente maneira possa acessá-lo com mais facilidade e ter um aprendizado mais significativo. (SILVA, BECHE e BOCK, 2013 p. 9)

Hoje fala-se muito que o aluno mudou. Acredito que o aluno continua sendo o mesmo, reagindo aos estímulos de forma semelhante no passado, apenas o acesso a novas tecnologias, coloca em xeque a abordagem do conhecimento.   O papel do professor é fundamental para identificar quais estratégias utilizar para atingir seus objetivos. Portanto, sabendo que há alunos que reagirão de forma diferente, quanto mais diversificar sua abordagem, atingirá um maior número. As estratégias pedagógicas devem ser pensadas: como apresentar o OA? A exploração será individual? Haverá alguma discussão na turma após a exploração? O professor utilizará algum outro recurso (texto, apresentação) para complementar a atividade? [...] Isto comprova que a tecnologia está a serviço da educação, oferecendo novas formas de pesquisa, linguagem e materiais a serem explorados e utilizados, mas nada substitui a ação intencional, reflexiva e planejada do professor. (BRAGA, 2014 p. 34) 

Trabalho com alunos nos anos finais do Ensino Fundamental 8º e 9º anos, e também alunos do Ensino Médio com a disciplina Língua Estrangeira Moderna – Inglês. O idioma já é um aliado no interesse e curiosidade dos alunos, pois hoje eles têm acesso à internet, celulares, tabletes, games, redes sociais, aplicativos, tutorial de aparelhos diferentes, musicas, etc.  Vejo toda essa “invasão” tecnológica como aliados, não como inimigos. E nas minhas aulas diversifico ao máximo a abordagem, mas sempre com uma intenção pedagógica. Não me considero uma exceção, mas vou na contramão da estagnação pedagógica de muitas escolas pois,

A sociedade do conhecimento exige pessoas mais dinâmicas e inovadoras, o que só é possível repensando a forma de agir no mundo, pensar sobre ele e encará-lo, portanto, o professor deve estar aberto ao que as inovações tecnológicas podem oferecer de contribuição ao seu trabalho cotidiano. (GIMENES; SANTOS; TOCZEK, 2014. P.108).

Para BRAGA, uma análise criteriosa do contexto pedagógico e dos OAs disponíveis, é que possibilitará um bom trabalho. Não há uma receita pronta que estabeleça: o OA X está para o contexto X, invariavelmente. (BRAGA, 2014 P 32). É preciso que o professor defina os seguintes itens: Público alvo, Infraestrutura disponível e aspectos pedagógicos. Por muito tempo dependi de tv, vídeo cassete ou DVd, e som da escola, ou laboratórios de informática. Esses recursos sempre eram um complicador. As vezes não estavam disponíveis, ou estavam danificados pelo mau uso de alguns colegas. Em diversos momentos tive que abortar uma aula diferente por falta desses recursos. Poderia ter me acomodado como tantos outros colegas, mas pelo contrário, os recursos tecnológicos que utilizo, são fruto do meu próprio investimento a mais de 10 anos. hoje tenho, som portátil, notebook e projetor (Datashow), diversos materiais pedagógicos baixados gratuitamente da internet como jogos, vídeos, além de outros materiais comprados e que fazem parte do meu acervo pedagógico. Quando preciso de um ambiente virtual, deixo a tarefa para os alunos fazerem em casa, pois nem sempre a internet da escola funciona. 

Segundo BRAGA, citando KRAHE, TAROUCO e KONRATHT (2004, p. 6). As estratégias pedagógicas são os meios que o professor utiliza em sala de aula para facilitar o processo de ensino–aprendizagem, incluindo: as concepções educacionais que embasam as atividades propostas, a articulação de propostas e/ou atividades desencadeadoras de aprendizagens, a organização do ambiente físico, a utilização de audiovisuais, o planejamento de ações e o tipo e a forma como o material é utilizado (BRAGA, 2014. P.31). Uma estratégia que utilizo e enfatizo durante o ano todo, pois trabalho com linguagem, são as chamadas “Reading Strategies”- Estratégias de Leitura. Usando gêneros textuais diversificados desde um simples bilhete, passando pelos folhetos de propaganda, embalagens, histórias em quadrinho, músicas e textos virtuais como imagens e vídeos. Incentivo os alunos a evidenciar o conhecimento que eles já tiveram anteriormente, as informações verbais e não verbais (quando há leitura de imagens), contexto e organização interna do texto, seu layout, etc.  Nessas estratégias, tem uma ferramenta virtual que utilizo como OA, que é o   www.toondoo.com/,  além de outros sites, que é uma maneira divertida de se criar história em quadrinhos e Cartoons. Um outro recurso que também utilizo para criação de textos é o VOKI, disponível em www.voki.com/ que pode ser facilmente utilizado no celular e enviado através de e-mail.

Uma outra estratégia que utilizo com meus alunos desde 2011, que não sei se é um ambiente virtual de aprendizagem na concepção dos teóricos aqui relatados é o blog. Tenho o meu em http://oxiuaiso.blogspot.com.br/, mas através tenho interação com os alunos apoiando o ensino presencial. Segundo GIMENES; SANTOS; TOCZEK, 2014 se existe uma interação entre o aprendiz e os recursos tecnológicos, pois, com o computador, o aluno sente prazer em utilizar as ferramentas sem ter que ser totalmente conduzido pelo professor, desenvolve a autonomia, além de usufruir da possibilidade de integração entre diversas disciplinas do ensino básico (GIMENES; SANTOS; TOCZEK, 2012). O aluno deverá, por exemplo, estar sempre atento à escrita, uma vez que toda contribuição estará registrada. (GIMENES; SANTOS; TOCZEK, 2014. P.112).

Na minha experiência, muitas vezes intuitiva como já relatei, tive um ganho extraordinário no envolvimento dos alunos com a minha disciplina. A utilização a nossa interação professor-aluno, aluno-aluno ficou mais interessante e ao final todos ganham. Sei que ainda tenho muito a conquistar em termos pedagógicos e profissionais. Quero estar aberto a novos recursos e conseguir muito mais a atenção do meu aluno na construção do conhecimento.

REFERÊNCIAS:

-SILVA, Solange Cristina da & BECHE, Rose Cler Estivalete & BOCK, Geisa Letícia Kempfer - DESENHO UNIVERSAL PARA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA ANÁLISE SOBRE O AMBIENTE DE APRENDIZAGEM MOODLE – UDESC - Florianópolis - SC – Abril 2013. 

-BRAGA, Juliana Cristina - OBJETOS DE APRENDIZAGEM: FUNDAMENTOS & METODOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO - Santo André: Editora da UFABC, 2014.


- GIMENES, Solange Sardi; SANTOS, Washington Romão dos; TOCZEK, Jonathan -  A utilização dos recursos EAD como apoio ao ensino presencial na educação básica. Revista Brasileira de Ensino e Tecnologia - R. B. E. C. T. vol 7, núm. 1, jan-abr.2014.

7 comentários:

  1. Que bom que está aberto ao uso pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação !
    Patrícia (GERED)

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  2. Vc tbem. Quando crescer vou ser igual vc..

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  3. Vc tbem. Quando crescer vou ser igual vc..

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