domingo, 26 de agosto de 2012

O Pastor dos meus sonhos


 Pr. Eudes Lopes Cavalcanti



                         

Nasci de novo pela instrumentalidade do Espírito Santo quando cri no Evangelho de Cristo. Fui batizado segundo o mandato do Senhor e filiei-me a uma Igreja local por entender que a vontade de Deus para os crentes é que se fileiem a uma Igreja e ali O sirva por todos os dias de suas vidas. (Até entendo que uma mudança de Igreja é possivel desde que seja por questões de doutrina, de mudança de endereço, e outras causas justificáveis diante de Deus).
  Tenho consciência de que Deus instituiu o ofício pastoral para pastorear a Igreja de Jesus que Ele resgatou com o seu próprio sangue, e que foi Deus quem colocou o pastor na Igreja.
Eu como diversos outros membros tenho uma expectativa do ministério pastoral, senão vejamos:
Para mim o pastor dos meus sonhos não deve faltar a nenhuma reunião da Igreja independente da sua quantidade nem também chegar atrasado. Eu tenho essa expectativa a despeito de não fazer isso.
Tenho ainda a expectativa de que o pastor tem que estar à disposição da membrezia da Igreja vinte e quatro horas por dia e isso todos os dias, afinal de contas ele é o pastor da Igreja, ainda que eu mesmo não tenha lá essa disposição de estar a serviço da obra do Senhor nem sequer por uma hora.
Tenho ainda uma expectativa de que o pastor deve visitar todos os membros e congregados da Igreja que estejam enfermos e isso constantemente independente da enfermidade ser grave ou não e de o pastor ter problemas na saúde ou não. Afinal a saúde dele tem de ser de ferro, como se diz no interior. Eu exijo isso do pastor mesmo sabendo que ele tem a responsabilidade de gerir a Igreja em todas as suas áreas (pregar, ensinar, dirigir cultos, fazer compras, coordenar as atividades da Igreja, acompanhar o desenvolvimento do trabalho, assistir as Congregações, celebrar a ceia, fazer casamento, sepultamento, apresentar crianças etc). E quando ele não visita com frequência eu ouso censurá-lo e até uso a WEB para isso. Eu exijo isso do pastor, mas eu não visito também quando os irmãos na fé estão enfermos, afinal de contas eu não tenho nada a ver com os problemas dos outros. Nessa questão de visita eu tenho a expecativa de que o pastor visite ainda aqueles irmãos sem compromisso com a Igreja, que sabem de sua programação e exporadicamente a frequenta apesar de ter já sido advertido pelo pastor do dever que ele tem para com Deus de frequentar assiduamente as reuniões da Igreja.
Ainda tenho a expectativa de que o pastor não deve adoecer, o que é comum a todos os mortais, e que se ele adoecer eu como membro não tenho nenhuma obrigação de visitá-lo, de ligar para ele para saber como ele estar, afinal de contas ele é o pastor. Ele deve fazer isso comigo, mas eu não tenho obrigação de fazer isso com ele.
     Eu ainda como um membro de Igreja contextualizado, antenado no mundo evangélico brasileiro, tenho a expectativa de que a Igreja cresça numericamente como tem crescido no mundo neopentecostal, independente do crescimento ser sadio ou não. Eu como membro da igreja quero ver a casa cheia nem que para isso comprometa a doutrina, e se isso não acontecer a culpa é do pastor assim entendo eu, apesar de a Bíblia dizer que o crescimento numérico (SADIO) é uma obra da graça de Deus. Eu até me lembro do texto de Paulo onde isto se encontra (1 Co 3.6), que diz assim: “Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento”. Nessa área eu tenho essa expectativa mesmo que eu não mova uma palha seca para que isso aconteça (participação no evangelismo pessoal, avanço missionário, oração e contribuição financeira).
Ainda o pastor dos meus sonhos é aquele que prega o que me agrada e não o que Deus manda. Quando a mensagem me incomoda eu entendo que é uma mensagem de carapuça e não a voz do Espírito que fala à Igreja. E isso me faz procurar outras Igrejas onde a mensagem seja mais digerível. 
Tenho ainda a expectativa de que o pastor seja um fiel dizimista e também contribuinte de todos os departamentos da Igreja, afinal de contas ele deve dar o exemplo, apesar de eu não fazer isso regularmente, pois acho que o mandamento de dizimar nao é tanto para mim.
Ainda o pastor dos meus sonhos é aquele que não deve aceitar convites para ir eventualmente assistir a uma reunião em outro arraial evangélico, mesmo que eu não esteja nem aí para isso, pois vou para aonde quero sem da satisfação a ninguém, mas ele não pode fazer isso afinal de contas ele é o pastor da Igreja.
Ainda o pastor dos meus sonhos tem que dominar o vernáculo magistralmente, pois qualquer deslize nessa área, qualquer problema de concordâncias  mostra o seu despreparo mesmo eu sabendo que a nossa língua portuguesa é extremamente complexa e que também  eu não sou lá essas coisas nessa área.
Ainda tenho uma expectativa muito interessante acerca do ministério pastoral, é que o pastor esteja a minha disposição vinte e quatro horas por dia. A qualquer hora do dia ou da noite que eu ligar para o seu celular ou telefone da casa, ou precisar dele, seja prontamente atendido independente dos seus compromissos junto a sua família, seus negócios, momentos de descanso, etc, afinal de contas ele recebe dinheiro para isso. 
Em outra oportunidade falarei mais sobre o assunto, pois tenho outras observações a fazer. 
Assina um irmão anônimo.                       


       

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
Pastor da 3ª Igreja Congregacional de João Pessoa

Agosto de 2012

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