Recentemente
temos visto circulando pela internet toda sorte e-mails prós e contras as
candidaturas dos três principais postulantes ao cargo mais alto do executivo
brasileiro. Desconsiderando os devaneios de e-mails recheados de visão política
partidária, considero saudável que as pessoas hoje possam manifestar no
território livre e democrático da internet suas opiniões, compartilhar pontos
de vista, trocar experiências e visão de mundo contribuindo para a construção
de uma identidade política, social e
cristã. A Palavra de Deus diz que “na
multidão dos conselheiros há sabedoria”. Ao cristão cabe examinar tudo e reter
o que for proveitoso.
Na história da igreja temos
exemplos de grandes homens de Deus como Wesley que conduzia sua vida com a
Bíblia em uma mão e um jornal na outra. Espero que neste debate democrático
ninguém se exaspere se magoe ou se ressinta com o irmão que tem uma opinião
contrária a sua. Não vamos desfazer nossa amizade, nem irmandade por questões
temporais como é a política. Afinal, cada um tem consciência e deve agir como
ser político como Deus nos fez, dotados de livre arbítrio, porém em diferentes
níveis de experiência, realidade e visão.
No
momento o que me motivou escrever um pouco e manifestar também a minha opinião sobre
esse assunto neste fórum foi um e-mail recebido hoje 27/08/10, escrito por um pastor amigo meu
de longa data que estar fora do Brasil. E-mail este por sinal muito bem
argumentado rebatendo um slogan outrora divulgado na década de 70 e 80 principalmente
no nordeste do Brasil, especificamente no Estado da Paraíba que dizia assim:
“Irmão vota em irmão”.
Concordo
em parte com seu argumento que esta não deve ser a priori o argumento de
votarmos nos candidatos “evangélicos” haja vista muitos “desses ditos evangélicos “ terem
envergonhado o nome de cristão. A mídia tem divulgado diversos escândalos
de políticos “evangélicos” envolvendo-se
em falcatruas, “dólares na cueca”, “transportando dinheiro em jatinhos”, “evasão
de divisas”, “crimes fiscais”,
“enriquecimento ilícito” “oração pelo dinheiro desviado” usando da
prerrogativa do poder em beneficio próprio. Acho que já mudamos desta fase.
Assim espero. Não é só pelo fato do político declarar-se “evangélico” que vamos
votar nele. Nem, deveríamos permitir que reuniões, cultos, cruzadas, etc.,
fossem usadas para promoção de político A, B ou C.
Há
um outro extremo, porém, de bancarmos o jogo “de ficar em cima do muro” e nos
esquivarmos de manifestar nossa opinião. Achar que qualquer um que
estiver “lá no poder” não fará a menor diferença. Que Deus não está interessado
numa nação transformada politicamente falando, que a igreja deve preocupar-se
apenas com as almas. Como podemos orar
então para que as verbas públicas sejam utilizadas com sabedoria e justiça, se
o dinheiro está sendo administrado por ladrões? Como orar para que haja
bem-estar social para o rico e o pobre e igualdade de oportunidade para todos,
saúde e educação, se um bando de rouba as verbas em benefício próprio? Não
estamos num estado totalitário cujo pensamento filosófico é que o governante é
divino e intocável. Estamos num estado democrático de direito onde há
alternância de poder.
Que
fazer então com os versículos que
retratam orações e ais contra os corruptos? Onde fica o exemplo de José no Egito, não foi
uma intervenção política divina? Porventura seria fácil ser governador de todo
o Egito, uma nação mais poderosa da terra da época. E Daniel que transpôs três
governos totalitários como líder político mais influente de sua geração no império
Babilônico, Medo e no Persa? E a rainha Ester que precisou ser incentivada por
Mordecai para cumprir o seu papel? E os líderes políticos Esdras e Neemias?
Vamos retirar ou desprezar esses exemplos todos da nossa Bíblia? E o Bispo
Francis Asbury, discípulo de John Wesley, fundador da Igreja Metodista na América no
século dezoito, (personalidade entre as sessenta e seis mais influentes na
formação na nação americana) que juntamente com outros três líderes foram ter
uma conversa com George Washington no inicio do seu governo em Monte Vernon sobre a
escravidão, e lhe entregaram um manifesto pedindo justiça para os escravos.
Francis Asbury amava os escravos e odiava a escravidão. Aquele gesto poderia
significar prisão ou forca naquele momento histórico da nação americana.
Creio
que em cada momento histórico Deus usa homens e mulheres para intervirem na
história local, regional, nacional ou até mesmo com abrangência internacional. Nesse
momento o meu voto e apoio vão para a Candidata do PV Senadora Marina Silva e
aqueles que estiverem indecisos e voluntariamente votarem nela não apenas pelo
fato dela ser comprovadamente cristã como ela é. Algo atestado por diversos líderes cristãos,
mas, crendo que Deus pode usar um servo seu no planalto tem o meu apreço. Porém
não vou ficar inimigo dos que pensarem o contrário.
Falo
do ponto de vista de cidadão brasileiro, cristão, nordestino, morador da cidade
de Belo Horizonte, professor público efetivo
das redes municipal de Belo Horizonte ( cuja administração é PT) e do Estado de
Minas Gerais (cuja administração é PSDB).
Voto
Marina como alternativa de mudança na educação desse país. Pois acredito que só
haverá mudança social e justiça quando houver valorização da educação. Quando a
ignorância e clientelismo forem dissipados desse país. Quando o voto não for
mais moeda de troca em negócios escusos. Do ponto de vista da experiência com
educação, como professor na administração municipal onde vigora a “Escola
Plural”- um projeto de governo autoritário, enfiado goela abaixo sem a menor
participação dos professores na construção. onde apenas números são relevantes
e não o “fazer pedagógico”. Projeto este ratificado por Brasília através do
atual ministro da educação e garoto propaganda dos números Fernando Haddad.
Nossa Ex-secretária de Educação Maria do Pilar foi levada para o MEC e difundir
suas idéias mirabolantes para todo Brasil na câmara de Educação Básica. E no
governo estadual onde vigora o descaso com a educação sem a menor valorização
do professor. Nos dois casos não há diálogo com o professor que é o principal
agente no processo ensino-aprendizagem.
Pr. Eduardo Gomes em Agosto de 2010
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