Agradando a Deus
Texto: Colossenses 1: 9 - 11
- Desejamos realmente agradar a Deus?
- Deus ainda fala (se revela) hoje em dia (se revela) aos seus servos a respeito da sua vontade?
- É possível ainda hoje Deus encontrar testemunhas que o agradam?
- Que evidências encontramos nas escrituras que nos apontem o caminho para agradar a Deus?
- Queremos ser como servos fiéis e quando entrarmos no reino da glória e podermos recebermos aquela palavra vinda de Jesus: “ muito bem servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor”
Lembremos então de três textos das escrituras:
- Hebreus 1: 1, 2 – Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras. Hoje nos falou pelo Filho...
- Mateus 17:5 – Este é meu filho amado, em quem me comprazo: a ele ouvi...
- Filipenses 2:5-8 Tende em vós o mesmo sentimento que também houve em Cristo...
Vejamos o que nos diz as escrituras e Procuremos evidencias que balizem o nosso relacionamento com Deus inspirado no relacionamento que Cristo teve com o Pai.
1 – A primeira evidência que encontramos nas escrituras que nos apontam o caminho para agradar a Deus é a fé.
Em Hebreus 11: 5 – 6 lemos; “pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus...” - Por que Deus se agradou de Enoque? . Hebreus 10: 38, 39 complementa: “todavia o meu justo viverá pela fé”.
Em toda a história, desde o Éden, o conflito entre o espiritual e o material, a fé e a razão (enquanto racionalização da fé), estão presentes na humanidade. As características de cada época, os valores, crenças e cosmovisão de cada cultura influenciam a prática do relacionamento com Deus.
Muitos teólogos se distanciaram das verdades bíblicas por se proporem a interpretar a revelação divina numa perspectiva racional. A partir do século XII , a ciência é introduzida na teologia e distancia a escritura da prática espiritual. Christopher Hitchens afirmou: “ não creio que alguém possa indicar um só país em que as pessoas se comportem melhor por acreditar em Deus.” 1
Na Reforma Protestante do século XVI, a fé genuinamente cristã foi defendida fortemente dentro de uma ortodoxia pura e bíblica. As verdades divinas eram experimentadas, buscadas e confirmadas pelas escrituras sagradas. Como disse Calvino: É preciso colocar no coração o que a mente absorveu, pois a Palavra de Deus se não é recebida pela fé, fica esvoaçando para lá e para cá no topo do cérebro, mas sim, quando enraíza no profundo do coração para que seja uma defesa invencível ao resistir e repelir todos os estratagemas da tentação.” 2
O grande problema é que a natureza humana está caída, destituída da Graça de Deus. Em Genesis 4;3,4 diz “ agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou”. Por que Deus se agradou de um em detrimento do outro? A evidência que encontramos no fato é que Abel foi movido por fé, enquanto Caim, não. “Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim.. Hebreus 11:4 . Deus não aceita um culto de alguém que age independentemente de sua soberania.
Da mesma forma quando o Senhor propôs destruir a geração antediluviana, escolheu Noé e sua família para preservá-los e deles formar uma nova geração, pois Noé era justo e temente a Deus. Porém, “logo que eles saíram da arca, Deus atesta mais uma vez a origem do problema: “É mau o desígnio íntimo do homem desde sua mocidade”, ou, linguagem da NIV, “o seu coração é inteiramente inclinado para o mal desde a infância” ( Genesis 8:21). Mais adiante, o Senhor escolheu Abraão para fazer dele uma nação separada de todos os povos da terra, uma nação santa que cumprisse o propósito de revelá-lo ao mundo. A família abraâmica cresceu e se tornou nação sob a liderança de Moisés. No desenvolvimento da revelação divina e no processo do seu plano eterno, Deus tem um projeto superior à lei e antecipa-se, declarando através do profeta Jeremias: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhes escreverei ( Jeremias 31:33). O tratamento para curar a natureza do pecado e a imoralidade humana necessitara de uma ação além da consciência moral; para reviver o espírito humano, a justiça divina exigia morte.
Na providência divina, o Senhor enviou o Cordeiro, tipificado nas vestimentas de peles providas para os nossos primeiros pais, na provisão do sacrifício para Abraão substituir Isaque e nas ofertas de sangue que constituíam todos os cerimoniais levíticos. João Batista aponta o Filho de Deus como Cordeiro, que veio oferecer a própria vida para fazer reviver o espírito humano.
A dinâmica da vida Cristã é um processo operado pelo Espírito Santo. O ponto de partida é o novo nascimento. (João. 3:3). Essa união é tão real e permanente que à medida que o Espírito Santo domina o nosso espírito, O Espírito domina a nossa personalidade – mente, emoção e vontade para assim vivermos por fé. Quanto mais submisso à ação do Espírito Santo mais agradamos a Deus. Sendo assim, não haverá dicotomia entre o sagrado e o secular, porque viveremos a vida de Deus no nosso espírito em todas as áreas da vida.
Desenvolver uma fé genuinamente cristã num mundo pós-moderno é estar pronto a enfrentar desafios. Isso porque, se por um lado vivemos numa sociedade em que se busca eclipsar Deus pelo avanço científico-tecnológico, pelas catástrofes naturais que emudecem a argumentação dos homens e pela prova da inadequação humana para interpretar a presença de Deus diante das questões do existencialismo, do humanismo e de outras ideologias vigentes e de experiências sensitivas. Essa questão encontrou uma grande ressonância na celebre frase entre os internautas: “onde estava Deus no 11 de setembro?”
Na busca da experiência transcendental, o homem tem dificuldade de conviver com os dois mundos – o abstrato e o real; o espiritual e o material. Ainda é válida a verdade proferida por Pascal: “A fé tem razões que a razão desconhece”. Há pra o crente uma promessa – “O Senhor recompensa aqueles que o buscam.” (Isaias 40: 27-31). Ele dá força / ele aumenta nosso vigor. “Esta é a vitória que vence o mundo- a nossa fé.” ( I João 5:4)
2- – A segunda evidência que encontramos nas escrituras que nos apontam o caminho para agradar a Deus é o amor. –
Todos nós conhecemos o amor de Deus revelado através de Jesus. (João 3:16) – Jesus disse “Ninguém tem maior amor do que este – de alguém dar a sua própria vida em favor dos seus amigos” (João 15:13 ) “Nisto conhecemos o amor, em que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos”.... e aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos diante dele o que lhe é agradável. Ora, o seu mandamento é este, que creiamos em o nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou. (I João 3: 16, 22,23 ) .
O que Jesus fez por amor? Eu te glorifiquei na terra tendo consumado a obra que me deste para fazer ( João 17:4 ) Jesus compartilha conosco o seu jugo. ( Mateus 11:28-30 ):
- Renunciou a sua vontade própria ( João 4 :34 ; 6:38,39-40 / Mateus 26:39 / Lucas 22:42 )
- Humilhou-se a si mesmo.
- Realizou o trabalho que lhe fora confiado ( João 17:4 )
- Atendeu ao clamor do sofrimento humano (Marcos 2:5 ) ( paralítico levado por quatro homens )
- Levou sobre si as nossas dores
- Levou sobre si as nossas iniquidades
-curou os enfermos
-consolou os quebrantados de espírito
O propósito do Pai é tornar-nos semelhantes ao seu Filho. A pessoa divina em forma humana torna possível o plano do Pai: gerar muitos filhos, que multipliquem essa imagem e assim a revelação divina seja expandido para todas as gentes e em todas as gerações. Se crermos que é assim, devemos ter consciência de que o propósito do Pai, de nos tornar semelhantes a ele, é alcançável. A única razão dessa escolha foi o seu amor revelado através do verbo encarnado – expressão máxima do seu amor ao homem. Esse amor deve se manifestar ao outro na mesma essência divina ( I João 4: 7 -12 ) O verdadeiro amor não se confina nas estruturas eclesiásticas , nem em expressões litúrgicas, nem em obras assistenciais. Mas é “Cristo em vós, a esperança da glória” ( Colossenses 1:27)
Jesus traduziu o seu amor em atitudes sábias no relacionamento com o ser humano. Recebeu criancinhas e as abençoou. Deteve-se para atender um pedinte cego; livrou uma adúltera do apedrejamento; aproveitou o contato com uma samaritana para ensinar o respeito que é devido a uma mulher; na sua relação com políticos, ele nunca foi manipulado. ( Lucas 9: 9, 58 ). Ele não demonstrou arrogância nem na hora de exercer o poder miraculoso da cura. Não tratou o cego com desprezo, mas facilitou que o pedinte confirmasse para si a sua fé. “Credes que eu posso fazer isto?” ( Mt 9:28 )
Peçamos a Deus para nos dar olhos espirituais para contemplar as verdadeiras necessidades. Quando ele foi posto em um duro teste, não podendo discordar da lei de Moisés, nem ser contra a lei romana, ele conseguiu colocar a mulher adúltera acima da lei moral e cívica julgando a causa pela lei do amor. Isso porque colocou a lei do amor, que perdoa, acima da exigência dos códigos e juízos humanos. Na cruz, dilacerado e em profunda dor, ainda tirou forças para perdoar aos seus algozes e atender a um ladrão que, ao seu lado, entendeu seu sacrifício. Naquele momento, qualquer um sentiria as emoções fragilizadas e concentradas na agonia e no desespero pessoal. Porém Jesus ainda foi capaz de sentir a dor de sua mãe e acalentar-lhe a alma, dando ao discípulo amado a responsabilidade de cuidar dela ( João 19: 26, 27)
3- – A terceira evidência que encontramos nas escrituras que nos apontam o caminho para agradar a Deus é temê-lo e esperar na sua misericórdia. .
“Não faz caso da força do cavalo, nem se compraz nos músculos do guerreiro. Agrada-se o Senhor dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia.” Salmos 147: 10 -11. “ o cavalo não garante vitória; a despeito de sua grande força, a ninguém pode livrar. Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia.” ( Salmos 33: 17 – 22) O temor do Senhor é o principio da sabedoria. Não é medo. Muitos servos de Deus vivem um cristianismo legalista, o que lhes impede de viver a plenitude da vida cristã. Estão sempre se sentindo culpados e com medo de ser condenados pelo próprio Deus que os ama, porque nunca conseguem alcançar o padrão de Deus por sua próprias forças ( Romanos 8:1-17)
A meta da vida de todo cristão deve ser chegar à maturidade, “à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” ( Efésios 4:13 ) Isso porque o objetivo de Deus em nos criar de novo é nos fazer conformes a imagem de seu Filho. Nada menos que o modelo de Cristo agrada o Pai.
No seu livro “O poder curador da graça, David Seamands comenta as inadequações de um comportamento baseado no desempenho. Ele diz:” a vida cristã baseada no desempenho provém do vírus maligno do orgulho pecaminoso – um orgulho que nos encoraja a construir as nossas vidas sobre uma mentira mortal. Esta mentira afirma que tudo depende daquilo que nós fazemos, de quão bem nós desempenharmos, de nossos esforços e de nossas obras. Desfrutaremos amor e aceitação, se pudermos conquistá-los, sucesso e posição se pudermos merecê-los.2
O temer ao Senhor e esperar na sua misericórdia é o resultado da operação do Espírito Santo no nosso íntimo nos controlando e nos moldando e não a tentativa de autocontrole. A consciência de nossa insuficiência e limitações deve nos tornar dependentes de Deus e desejosos de centralizá-lo em nossa vida. Deve ser ter a mentalidade do reino. É a identidade do cristão, não apenas um modelo ético e moral de vida. Atingir o padrão da sociedade não é tão difícil assim, qualquer moralista alcança. Porém, viver os valores do reino de Deus é um constante desafio para cada cristão. É viver o modelo expresso por Jesus no Sermão do Monte ( Mt 5-7 ) É seguir o modelo de encarnação de Cristo. É o tratamento de Deus na personalidade humana, tornando o discípulo uma expressão viva do seu mestre. Como disse Jesus: “basta ao discípulo ser como seu mestre” (Mateus 10:25 ) É viver a vida em plenitude, de forma a afirmar como Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” ( Gal 2:20 )
Os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez em Antioquia. Eles não se identificavam com instituições ou organizações humanas, mas expressavam o mesmo estilo de vida do seu Senhor. ( Atos 11:26 Cl 2:6 ) é um crédito de qualidade de vida e não se confunde com a quantidade de obras realizadas.
4 - – A quarta evidência que encontramos nas escrituras que nos apontam o caminho para agradar a Deus é buscar os pecadores para o arrependimento.
O nosso comportamento diz quem somos no Reino. Somos chamados para sair de dentro das quatro paredes do templo e ir ao encontro das multidões que carecem do amor de Deus. Em Lucas 15 – há três exemplos dado por Jesus de alegria e júbilo pelo encontro de algo ou alguém que se encontrava perdido. É a parábola do pastor que vai em busca da ovelha perdida mesmo deixando outras noventa e nove que se encontravam em segurança: É a parábola da dracma perdida, onde uma mulher vasculha toda sua casa até encontra-la e a parábola do filho pródigo onde um pai espera ansiosamente o retorno do filho sem levar em consideração o estilo de vida dissoluta e promiscuo que o procurou. Estava lá de braços aberto para recebê-lo. Para comemorar o retorno daquele filho ofereceu uma grande festa. Da mesma forma há júbilo nos céus por um pecador arrependido.
Somos enviados muitas vezes como ovelhas para o meio de lobos. Mas se queremos agradar a Deus, buscar os perdidos fazendo-se fraco, para ganhar os fracos, e de todas as formas para ganhar alguns é cumprir a vontade do mestre: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho à toda criatura”(Marcos 16:15) e “portanto indo, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes tudo quanto vos tenho ordenado e eis que estou convosco até os confins da terra”. (Mateus 28:19,20)
Pr. Eduardo Paulo Gomes
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1- Revista Veja. Ed. Abril. 26 de julho de 2006.
2- David Seamands. O poder curador da graça. São Paulo: Ed. Vida, 1990, p.22
Texto: Colossenses 1: 9 - 11
No batismo de Jesus, registrado nos evangelhos sinóticos Marcos 1:9-10; Lucas 3:21,22 e em Mateus 3:13 -17 fala que quando Jesus saiu da água viu-se os céus se rasgarem e o Espírito descendo em forma corpórea sobre ele e então foi ouvida uma voz dos céus que dizia: “Tu és meu Filho amado, em quem me comprazo. Essa expressão grifada significa – fazer o gosto, a vontade, ser agradável, que dá prazer, que agrada.
Alguns questionamentos: - Desejamos realmente agradar a Deus?
- Deus ainda fala (se revela) hoje em dia (se revela) aos seus servos a respeito da sua vontade?
- É possível ainda hoje Deus encontrar testemunhas que o agradam?
- Que evidências encontramos nas escrituras que nos apontem o caminho para agradar a Deus?
- Queremos ser como servos fiéis e quando entrarmos no reino da glória e podermos recebermos aquela palavra vinda de Jesus: “ muito bem servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor”
Lembremos então de três textos das escrituras:
- Hebreus 1: 1, 2 – Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras. Hoje nos falou pelo Filho...
- Mateus 17:5 – Este é meu filho amado, em quem me comprazo: a ele ouvi...
- Filipenses 2:5-8 Tende em vós o mesmo sentimento que também houve em Cristo...
Vejamos o que nos diz as escrituras e Procuremos evidencias que balizem o nosso relacionamento com Deus inspirado no relacionamento que Cristo teve com o Pai.
1 – A primeira evidência que encontramos nas escrituras que nos apontam o caminho para agradar a Deus é a fé.
Em Hebreus 11: 5 – 6 lemos; “pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus...” - Por que Deus se agradou de Enoque? . Hebreus 10: 38, 39 complementa: “todavia o meu justo viverá pela fé”.
Em toda a história, desde o Éden, o conflito entre o espiritual e o material, a fé e a razão (enquanto racionalização da fé), estão presentes na humanidade. As características de cada época, os valores, crenças e cosmovisão de cada cultura influenciam a prática do relacionamento com Deus.
Muitos teólogos se distanciaram das verdades bíblicas por se proporem a interpretar a revelação divina numa perspectiva racional. A partir do século XII , a ciência é introduzida na teologia e distancia a escritura da prática espiritual. Christopher Hitchens afirmou: “ não creio que alguém possa indicar um só país em que as pessoas se comportem melhor por acreditar em Deus.” 1
Na Reforma Protestante do século XVI, a fé genuinamente cristã foi defendida fortemente dentro de uma ortodoxia pura e bíblica. As verdades divinas eram experimentadas, buscadas e confirmadas pelas escrituras sagradas. Como disse Calvino: É preciso colocar no coração o que a mente absorveu, pois a Palavra de Deus se não é recebida pela fé, fica esvoaçando para lá e para cá no topo do cérebro, mas sim, quando enraíza no profundo do coração para que seja uma defesa invencível ao resistir e repelir todos os estratagemas da tentação.” 2
O grande problema é que a natureza humana está caída, destituída da Graça de Deus. Em Genesis 4;3,4 diz “ agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou”. Por que Deus se agradou de um em detrimento do outro? A evidência que encontramos no fato é que Abel foi movido por fé, enquanto Caim, não. “Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim.. Hebreus 11:4 . Deus não aceita um culto de alguém que age independentemente de sua soberania.
Da mesma forma quando o Senhor propôs destruir a geração antediluviana, escolheu Noé e sua família para preservá-los e deles formar uma nova geração, pois Noé era justo e temente a Deus. Porém, “logo que eles saíram da arca, Deus atesta mais uma vez a origem do problema: “É mau o desígnio íntimo do homem desde sua mocidade”, ou, linguagem da NIV, “o seu coração é inteiramente inclinado para o mal desde a infância” ( Genesis 8:21). Mais adiante, o Senhor escolheu Abraão para fazer dele uma nação separada de todos os povos da terra, uma nação santa que cumprisse o propósito de revelá-lo ao mundo. A família abraâmica cresceu e se tornou nação sob a liderança de Moisés. No desenvolvimento da revelação divina e no processo do seu plano eterno, Deus tem um projeto superior à lei e antecipa-se, declarando através do profeta Jeremias: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhes escreverei ( Jeremias 31:33). O tratamento para curar a natureza do pecado e a imoralidade humana necessitara de uma ação além da consciência moral; para reviver o espírito humano, a justiça divina exigia morte.
Na providência divina, o Senhor enviou o Cordeiro, tipificado nas vestimentas de peles providas para os nossos primeiros pais, na provisão do sacrifício para Abraão substituir Isaque e nas ofertas de sangue que constituíam todos os cerimoniais levíticos. João Batista aponta o Filho de Deus como Cordeiro, que veio oferecer a própria vida para fazer reviver o espírito humano.
A dinâmica da vida Cristã é um processo operado pelo Espírito Santo. O ponto de partida é o novo nascimento. (João. 3:3). Essa união é tão real e permanente que à medida que o Espírito Santo domina o nosso espírito, O Espírito domina a nossa personalidade – mente, emoção e vontade para assim vivermos por fé. Quanto mais submisso à ação do Espírito Santo mais agradamos a Deus. Sendo assim, não haverá dicotomia entre o sagrado e o secular, porque viveremos a vida de Deus no nosso espírito em todas as áreas da vida.
Desenvolver uma fé genuinamente cristã num mundo pós-moderno é estar pronto a enfrentar desafios. Isso porque, se por um lado vivemos numa sociedade em que se busca eclipsar Deus pelo avanço científico-tecnológico, pelas catástrofes naturais que emudecem a argumentação dos homens e pela prova da inadequação humana para interpretar a presença de Deus diante das questões do existencialismo, do humanismo e de outras ideologias vigentes e de experiências sensitivas. Essa questão encontrou uma grande ressonância na celebre frase entre os internautas: “onde estava Deus no 11 de setembro?”
Na busca da experiência transcendental, o homem tem dificuldade de conviver com os dois mundos – o abstrato e o real; o espiritual e o material. Ainda é válida a verdade proferida por Pascal: “A fé tem razões que a razão desconhece”. Há pra o crente uma promessa – “O Senhor recompensa aqueles que o buscam.” (Isaias 40: 27-31). Ele dá força / ele aumenta nosso vigor. “Esta é a vitória que vence o mundo- a nossa fé.” ( I João 5:4)
2- – A segunda evidência que encontramos nas escrituras que nos apontam o caminho para agradar a Deus é o amor. –
Todos nós conhecemos o amor de Deus revelado através de Jesus. (João 3:16) – Jesus disse “Ninguém tem maior amor do que este – de alguém dar a sua própria vida em favor dos seus amigos” (João 15:13 ) “Nisto conhecemos o amor, em que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos”.... e aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos diante dele o que lhe é agradável. Ora, o seu mandamento é este, que creiamos em o nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou. (I João 3: 16, 22,23 ) .
O que Jesus fez por amor? Eu te glorifiquei na terra tendo consumado a obra que me deste para fazer ( João 17:4 ) Jesus compartilha conosco o seu jugo. ( Mateus 11:28-30 ):
- Renunciou a sua vontade própria ( João 4 :34 ; 6:38,39-40 / Mateus 26:39 / Lucas 22:42 )
- Humilhou-se a si mesmo.
- Realizou o trabalho que lhe fora confiado ( João 17:4 )
- Atendeu ao clamor do sofrimento humano (Marcos 2:5 ) ( paralítico levado por quatro homens )
- Levou sobre si as nossas dores
- Levou sobre si as nossas iniquidades
-curou os enfermos
-consolou os quebrantados de espírito
O propósito do Pai é tornar-nos semelhantes ao seu Filho. A pessoa divina em forma humana torna possível o plano do Pai: gerar muitos filhos, que multipliquem essa imagem e assim a revelação divina seja expandido para todas as gentes e em todas as gerações. Se crermos que é assim, devemos ter consciência de que o propósito do Pai, de nos tornar semelhantes a ele, é alcançável. A única razão dessa escolha foi o seu amor revelado através do verbo encarnado – expressão máxima do seu amor ao homem. Esse amor deve se manifestar ao outro na mesma essência divina ( I João 4: 7 -12 ) O verdadeiro amor não se confina nas estruturas eclesiásticas , nem em expressões litúrgicas, nem em obras assistenciais. Mas é “Cristo em vós, a esperança da glória” ( Colossenses 1:27)
Jesus traduziu o seu amor em atitudes sábias no relacionamento com o ser humano. Recebeu criancinhas e as abençoou. Deteve-se para atender um pedinte cego; livrou uma adúltera do apedrejamento; aproveitou o contato com uma samaritana para ensinar o respeito que é devido a uma mulher; na sua relação com políticos, ele nunca foi manipulado. ( Lucas 9: 9, 58 ). Ele não demonstrou arrogância nem na hora de exercer o poder miraculoso da cura. Não tratou o cego com desprezo, mas facilitou que o pedinte confirmasse para si a sua fé. “Credes que eu posso fazer isto?” ( Mt 9:28 )
Peçamos a Deus para nos dar olhos espirituais para contemplar as verdadeiras necessidades. Quando ele foi posto em um duro teste, não podendo discordar da lei de Moisés, nem ser contra a lei romana, ele conseguiu colocar a mulher adúltera acima da lei moral e cívica julgando a causa pela lei do amor. Isso porque colocou a lei do amor, que perdoa, acima da exigência dos códigos e juízos humanos. Na cruz, dilacerado e em profunda dor, ainda tirou forças para perdoar aos seus algozes e atender a um ladrão que, ao seu lado, entendeu seu sacrifício. Naquele momento, qualquer um sentiria as emoções fragilizadas e concentradas na agonia e no desespero pessoal. Porém Jesus ainda foi capaz de sentir a dor de sua mãe e acalentar-lhe a alma, dando ao discípulo amado a responsabilidade de cuidar dela ( João 19: 26, 27)
3- – A terceira evidência que encontramos nas escrituras que nos apontam o caminho para agradar a Deus é temê-lo e esperar na sua misericórdia. .
“Não faz caso da força do cavalo, nem se compraz nos músculos do guerreiro. Agrada-se o Senhor dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia.” Salmos 147: 10 -11. “ o cavalo não garante vitória; a despeito de sua grande força, a ninguém pode livrar. Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia.” ( Salmos 33: 17 – 22) O temor do Senhor é o principio da sabedoria. Não é medo. Muitos servos de Deus vivem um cristianismo legalista, o que lhes impede de viver a plenitude da vida cristã. Estão sempre se sentindo culpados e com medo de ser condenados pelo próprio Deus que os ama, porque nunca conseguem alcançar o padrão de Deus por sua próprias forças ( Romanos 8:1-17)
A meta da vida de todo cristão deve ser chegar à maturidade, “à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” ( Efésios 4:13 ) Isso porque o objetivo de Deus em nos criar de novo é nos fazer conformes a imagem de seu Filho. Nada menos que o modelo de Cristo agrada o Pai.
No seu livro “O poder curador da graça, David Seamands comenta as inadequações de um comportamento baseado no desempenho. Ele diz:” a vida cristã baseada no desempenho provém do vírus maligno do orgulho pecaminoso – um orgulho que nos encoraja a construir as nossas vidas sobre uma mentira mortal. Esta mentira afirma que tudo depende daquilo que nós fazemos, de quão bem nós desempenharmos, de nossos esforços e de nossas obras. Desfrutaremos amor e aceitação, se pudermos conquistá-los, sucesso e posição se pudermos merecê-los.2
O temer ao Senhor e esperar na sua misericórdia é o resultado da operação do Espírito Santo no nosso íntimo nos controlando e nos moldando e não a tentativa de autocontrole. A consciência de nossa insuficiência e limitações deve nos tornar dependentes de Deus e desejosos de centralizá-lo em nossa vida. Deve ser ter a mentalidade do reino. É a identidade do cristão, não apenas um modelo ético e moral de vida. Atingir o padrão da sociedade não é tão difícil assim, qualquer moralista alcança. Porém, viver os valores do reino de Deus é um constante desafio para cada cristão. É viver o modelo expresso por Jesus no Sermão do Monte ( Mt 5-7 ) É seguir o modelo de encarnação de Cristo. É o tratamento de Deus na personalidade humana, tornando o discípulo uma expressão viva do seu mestre. Como disse Jesus: “basta ao discípulo ser como seu mestre” (Mateus 10:25 ) É viver a vida em plenitude, de forma a afirmar como Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” ( Gal 2:20 )
Os discípulos foram chamados de cristãos pela primeira vez em Antioquia. Eles não se identificavam com instituições ou organizações humanas, mas expressavam o mesmo estilo de vida do seu Senhor. ( Atos 11:26 Cl 2:6 ) é um crédito de qualidade de vida e não se confunde com a quantidade de obras realizadas.
4 - – A quarta evidência que encontramos nas escrituras que nos apontam o caminho para agradar a Deus é buscar os pecadores para o arrependimento.
O nosso comportamento diz quem somos no Reino. Somos chamados para sair de dentro das quatro paredes do templo e ir ao encontro das multidões que carecem do amor de Deus. Em Lucas 15 – há três exemplos dado por Jesus de alegria e júbilo pelo encontro de algo ou alguém que se encontrava perdido. É a parábola do pastor que vai em busca da ovelha perdida mesmo deixando outras noventa e nove que se encontravam em segurança: É a parábola da dracma perdida, onde uma mulher vasculha toda sua casa até encontra-la e a parábola do filho pródigo onde um pai espera ansiosamente o retorno do filho sem levar em consideração o estilo de vida dissoluta e promiscuo que o procurou. Estava lá de braços aberto para recebê-lo. Para comemorar o retorno daquele filho ofereceu uma grande festa. Da mesma forma há júbilo nos céus por um pecador arrependido.
Somos enviados muitas vezes como ovelhas para o meio de lobos. Mas se queremos agradar a Deus, buscar os perdidos fazendo-se fraco, para ganhar os fracos, e de todas as formas para ganhar alguns é cumprir a vontade do mestre: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho à toda criatura”(Marcos 16:15) e “portanto indo, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes tudo quanto vos tenho ordenado e eis que estou convosco até os confins da terra”. (Mateus 28:19,20)
Pr. Eduardo Paulo Gomes
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1- Revista Veja. Ed. Abril. 26 de julho de 2006.
2- David Seamands. O poder curador da graça. São Paulo: Ed. Vida, 1990, p.22
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