domingo, 4 de novembro de 2012

O Cyberespaço é minha paróquia


O Cyberespaço é minha paróquia



"Aconteceu que, num daqueles dias, entrou ele num barco em companhia dos seus discípulos e disse-lhes: Passemos para a outra margem do lago; e partiram." (Lucas 8.22)
"Tendo Jesus voltado no barco, para o outro lado, afluiu para ele grande multidão; e ele estava junto do mar." (Marcos 5.21)
"e, percorrendo toda aquela região, traziam em leitos os enfermos, para onde ouviam que ele estava." (Marcos 6.55)

É inegável a prioridade que Jesus deu à proclamação da mensagem do Reino, indo de cidade em cidade, navegando e atravessando lagos e mares para levar as boas novas do Evangelho. Obviamente ele não teve acesso a toda tecnologia de informação e mídia que possuímos hoje, mas ele soube aproveitar os recursos disponíveis da melhor forma para alcançar o maior número possível de pessoas com sua mensagem. Hora, se valendo da acústica dos montes e planícies, para que o som de sua voz fosse melhor distribuído e ouvido pelas milhares de pessoas que o acompanhavam, hora fazendo de um barquinho o seu púlpito para pregar a quem estava na beira da praia. Como também aplicou recursos ilustrativos e visuais, tais como as parábolas e histórias do cotidiano das pessoas que lhe ouviam, para fazer com que elas entendessem e “captassem” melhor o que ele dizia a respeito da chegada do Reino de Deus.

Jesus sabia com quem estava falando e direcionava todo o seu esforço para que eles recebessem a mensagem do Evangelho de forma clara. Uma característica presente na pregação do Senhor Jesus é que quem o ouvia reconhecia nele a autoridade e verdade de suas palavras, porque percebiam que ele falava sobre o que ele próprio vivia e praticava. Diferentemente dos religiosos hipócritas de sua época, que pregavam sobre conceitos e fardos que eles mesmos não eram capazes de sustentar nos bastidores de suas vidas.

Pouco mais tarde, era comum aos apóstolos alimentar e doutrinar as primeiras comunidades de cristãos, que iam surgindo, através das famosas cartas pastorais. O apóstolo Paulo, mesmo dentro da prisão, impedido de estar pessoalmente nas igrejas, discipulava e orientava-os no proceder cristão escrevendo e enviando mensagens para que fossem lidas durante os encontros da comunidade. Hoje estes textos compõem grande parte do nosso Novo Testamento como Palavra de Deus.

No século XVIII o reverendo John Wesley tinha consciência de seu chamado por Deus e sabia da urgência e extrema necessidade de alcançar as pessoas através do Evangelho. Ele chegava a sentir calafrios ao perceber a degradação espiritual e moral de sua nação e do mundo enquanto os cristãos experimentavam uma fé morna e sem efeito prático de transformação e compromisso com a mensagem do Evangelho.

Impedido de pregar nos púlpitos da Igreja Anglicana, declarou a famosa frase: “o mundo é minha paróquia” e saiu para anunciar o Evangelho aos trabalhadores das minas de carvão da Inglaterra.
Talvez você não perceba claramente o que significou a decisão de Wesley, mas naquela época era pouco comum realizar cultos cristãos fora dos templos. A Igreja interpretava este ato quase que como uma ofensa a Deus. O próprio Wesley, nem sempre foi a favor destas pregações ao ar livre, pois, acreditava antes que as conversões só eram possíveis dentro dos templos das igrejas, até perceber e entender que para Deus não há limites e que a proclamação da Palavra e a salvação de homens e mulheres através do poder restaurador do Senhor dentro e fora dos limites da Igreja era mais importante.

Wesley se tornou um grande adepto da pregação ao ar livre. Em seu diário, muitas vezes escreveu a respeito disso. “Em domingo, 10 de outubro de 1756: Preguei à grande multidão em Moorfields, sobre: ‘Por que morrerás ó casa de Israel?’ É a pregação ao ar livre que produz bons resultados; para bons resultados, não há substituto”.

Hoje estamos sendo desafiados a levar nosso barquinho do Evangelho e da Graça de Deus para navegar neste grande marzão chamado Internet ou Cyberespaço. Percebo que muitos são os aventureiros que ouvem a dica do Espírito em seus corações e já sabem que “o mar está pra peixe”.

Estou convencido que precisamos estudar melhor as novas tecnologias de informação disponíveis e utilizá-las até seu limite máximo. Alguns estudiosos e especialistas dizem que este é o século da comunicação e da informação, eles estão certos. Existem muitos meios onde podemos fazer a mensagem do Evangelho chegar, não somente através das tradicionais mídias impressas e eletrônicas como jornais, revistas, panfletos, TVs e rádios, mas agora também por meio desta maravilhosa e poderosa ferramenta de comunicação e interatividade que é a Web.

Já é possível transmitir cultos via internet para o mundo inteiro a custo zero. Pregadores e escritores podem alimentar milhares e até milhões de pessoas com a mensagem que recebem da parte de Deus. As barreiras da comunicação caíram, postamos textos e informações nos blogs e sites e em segundos são acessados em qualquer parte do mundo.

A internet tem possibilitado aos missionários virtuais chegarem facilmente até os confins da terra, literalmente. Temos recebido a informação e o testemunho de muitos irmãos de que, em países onde há grande perseguição aos cristãos e é proibida a divulgação aberta do Evangelho, como a China e alguns lugares do Oriente Médio, a Internet tem se revelado o grande e eficaz veículo de propagação da fé em Cristo.

Recentemente eu estava aconselhando uma jovem por MSN em outra cidade e resolvi “orar” por ela, ali mesmo, teclando. Eu mesmo estava receoso de que orar daquele jeito, sem imposição de mãos, ou sem que ela pudesse ouvir a minha voz, seria uma barreira na comunicação, não para Deus, mas para a minha expectativa humana de vê-la sendo tocada através daquele momento. Bom, eu “orei” e ao terminar de digitar minha oração, na tela do computador, ela me disse que havia sido profundamente visitada por Deus naquele hora ao ponto de não conseguir mais conter as lágrimas pela alegria da presença e o conforto do Espírito Santo, ali naquele pequeno espaço.

Por outro lado, a internet não deve ser entendida como o único espaço de “ajuntamento solene”. O culto cristão pressupõe comunhão, o próprio Senhor Jesus afirmou: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” (Mateus 18.20), ou seja, a prática cristã necessita de relacionamento interpessoal, é construída através do convívio com gente de verdade. Não creio que a web tomará o lugar das celebrações comunitárias, mas sem dúvida é um lugar onde o Espírito de Deus também pode atuar e nos ajudar a proclamar libertação aos cativos e toda essa gente que vai se afundando perdidamente na navegação sem a bússola da Graça de Deus.

Portanto, ainda há espaço para colocarmos nossos barquinhos em mar aberto. Temos muito trabalho a fazer, o Senhor da Igreja nos pergunta e desafia: "Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?" (Romanos 10.14)

"Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós?" (Isaías 6.8)

Qual será nossa resposta?


O Deus real que também se manifesta no virtual te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

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