domingo, 4 de novembro de 2012

Qual é a sua?


Qual é a sua?



Existem duas formas de tentar ser igreja: uma delas, é aquela que quer crescer a qualquer custo e da maneira mais rápida sem se importar se é certo ou errado. É o que você, geralmente, já vê na televisão e na mídia de uma forma geral o tempo todo mesmo, a atração não é a vida do servo humilde, não é o tomar a sua cruz, negar a si mesmo e andar como Jesus andou na verdade e na simplicidade. O que esta "igreja" propõe é somente a compra da bênção e nada mais. As pessoas adoram ouvir que elas podem ser muito prósperas, que os problemas delas serão resolvidos num passe de mágica ou na liberação de uma “palavra profética”, que elas vão ganhar ou alcançar isto e aquilo se participarem de uma campanha tal, se fizerem algum tipo de voto ou sacrifício financeiro para ofertar, se forem oradas ou ungidas pelo pastor, apóstolo ou missionário tal.

Elas querem resolver o imediato, o que precisam agora, a oração tem que ser respondida na hora, senão não vale. Às vezes reclamam com Deus porque elas fizeram um voto, determinaram, participaram de uma corrente de oração com alguém famoso, mas Deus não cumpriu a parte dele.

As pessoas vão se cansando desta loucura toda, mas por incrível que pareça é que o resultado ainda são "igrejas" lotadas, mas de gente que não quer ser tratada pelo Senhor de verdade, até fazem alguma entrega, mas é tudo muito superficial, nunca se entregam por inteiro. Estão ali enquanto a oferta da bênção é boa. Estas pessoas até resolvem os seus problemas exteriores, mas a casa por dentro continua mau arrumada e o “valente desamarrado” habitando nelas. Algumas até choram de emoção durante uma música bonita ou uma palavra bem pronunciada, mas continuam vazias de Deus.

Depois de um tempo elas descobrem um outro “mover”, um outro “homem de deus” (com “d” minúsculo mesmo) e vão pra lá, não tem vínculo, andam de “igreja” em “igreja” procurando uma bênção que nunca vem. Outras vezes se dispersam para alguma outra religião até mesmo não cristã afim de ter o encontro que nunca tiveram. Acabam culpando e achando que Deus teve alguma coisa com isto... Ledo engano!

A outra forma de ser Igreja (com "i" maiúsculo) é a da maneira simples como Jesus ensinou mesmo, é descobrir-se como Igreja serva, e servo dentro da Igreja e do Reino, como povo que não dá um passo sem ouvir atentamente a direção certa e segura da Palavra de Deus, são homens e mulheres que buscam no Evangelho puro e simples, e somente nele, sem barganhas ou "novíssimas revelações" a perfeita vontade do Senhor e entendem que nem sempre a oração é respondida na hora e da forma como queremos que seja. Nossos caprichos e vaidades, nossa própria vontade solitária, não serão atendidos, mas serão tratados se estiverem fora da perspectiva do Reino de Deus. Esta Igreja ama a Deus pelo que Ele é e não pelo que Ele pode dar financeiramente.

Nesta Igreja todos, ou a pelo menos a maioria, vivem um para o outro, o alimento é a Palavra revelada em Jesus, que trata, cuida, zela, confronta os pecados resistentes. Esta Igreja está interessada em pregar o que é certo, não o que dá certo.

Preste atenção! Existe muita diferença entre pregar o que é certo ao invés do que dá certo!
Esta igreja não ensina “os sete segredos para prosperar na vida financeira de forma mágica" e também não está interessada em ostentar o templo mais luxuoso da terra, mas ela busca as coisas que são lá do alto. Seu tesouro é outro, não é deste tempo ou desta terra, suas riquezas estão onde a traça e a ferrugem não podem destruir. Ela deseja que todos sejam alcançados pela presença de Deus de forma real e intensa, não apenas através do marketing da fé. Ela testemunha a transformação que o Evangelho provoca nas pessoas por inteiro e não na vida financeira somente. Ela não busca empresários da fé, mas sim servos de Jesus.

Nem sempre esta Igreja vai atrair "clientes" tão rápido, mas com o tempo as pessoas em volta, pelo testemunho da Graça de Deus, saberão distinguir quem é sério e quem não é. Quem está pregando por amor ao Reino e quem está somente tentando se beneficiar do Reino e das ovelhas do Reino por amor ao dinheiro e poder que eles lhe dão.

Nesta Igreja a cura, o milagre, a libertação de poderes do mau, a bênção estão presentes também e de forma muito mais intensa e poderosa mas esta não é sua propaganda. A propaganda aqui é a presença de Jesus. O que ela experimenta na presença do Espírito verdadeiro de Jesus é o que atrai as pessoas, é o amor não fingido que transforma e retém quem dela se aproxima.

Um dia o Senhor vai olhar para muitos daqueles que expulsavam demônios, falavam em outras línguas, profetizavam nas igrejas, faziam grandes sinais e maravilhas, os grande homens e mulheres que nós achamos importantes, até mesmo aqueles que andam entre nós hoje em dia; e Ele, o Senhor, vai dizer assim: “apartai-vos de mim todos os que praticam pecado, porque eu não vos conheço” (Mateus 25.41). Pecado aqui é não se esforçar por amar de forma prática, é o pecado de não fazer o bem podendo e sabendo que é para ser feito.

Isto é muito sério! Certamente não são as “boas obras” que nos salvam como muitos pensam, mas a nossa fé e nível de relacionamento com Deus são medidos e mensurados pela forma e intensidade com que temos vontade de externar, espontaneamente, sem hipocrisia e com muita alegria de Deus o nosso amor a quem precisa de nós, seja essa pessoa quem for. Irmão da fé ou não.

O apóstolo João nos ensina como é este amor, ele diz assim: "Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1 João 3.18)

Quem ama, crê; e quem crê é seguido pelos sinais do Reino. A libertação, as curas e os sinais acontecem naturalmente quando o amor de Deus é experimentado sem barreiras. O poder e a autoridade espiritual são conseqüência do amor, nunca o contrário.

Este é o convite para a cura através do amor de Deus: "Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas. Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã." (Isaías 1.17-18)

Existem muitos que querem vencer na força e no grito, na demonstração pública de autoridade, subjugando e impondo medo aos irmãos. De fato o que eles conseguirão é um arregalar de olhos, podem assustar e deixar outras pessoas admiradas, serão chamados de poderosos e talvez até de sábios, mas sem amor nunca quebrarão cadeias mais fortes. Aquelas que se alojam no mais profundo da alma, onde só o amor verdadeiro consegue penetrar, sondar e amolecer até a pessoa não suportar mais o constrangimento da presença do amor de Deus e desejar se libertar das cadeias da falta de perdão, do rancor, da avareza e do ódio.

Logo, é até possível que uma “igreja” consiga crescer sem amor, é possível experimentar até coisas sobrenaturais como uma aparente libertação de alguns poderes espirituais, profecias, curas e cultos com sensação de grande visitação de Deus. Podemos até ver pessoas chorando, se emocionando, entregando tudo o que possuem. Sim, é possível! Mas tudo isso sem amor é um grande nada diante de Deus.

A Palavra nos convida a aprender a amar de verdade, a olharmos para dentro de nós mesmos e sermos confrontados pelo poder do Evangelho. Deus é amor, somos filhos amados, se você ainda não descobriu como viver nesta dimensão do amor de Deus, convide ao Espírito de Jesus, o Espírito Santo, para mudar seus sentimentos agora mesmo e quebrar todas as cadeias e travas que lhe impedem de amar livre e totalmente.

Você verá como é fácil conseguir amar quando descobrimos que já somos amados por Ele antes mesmo de merecermos ser amados. A revelação do amor de Deus é a nossa grande motivação, é a nossa “mola mestra” para amarmos como Jesus nos amou e ser uma Igreja da Verdade.


O Deus que nos ama irremediavelmente te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

Perdão é uma perda muito grande


"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;" (Mateus 6.14)
“Perdão”. Palavrinha difícil esta... É incrível como muitas pessoas, não poucas, tem uma dificuldade gigantesca em lidar com este assunto. Não raro, vejo muita gente sendo devorada e corroída por dentro através das feridas inflamadas e purulentas que estão guardadas nas lembranças. Às vezes estas memórias estão escondias atrás de grandes muralhas de rejeição, impaciência, depressão, melancolia, autocomiseração, irritabilidade e algumas vezes transmitem uma falsa sensação de força, mas sempre acabam se revelando na brutalidade com que a dor retorna de vez em quando e a gente tenta esquecê-la sem sucesso.
Cresci ouvindo a sabedoria popular e ela dizia: “quem bate esquece, mas quem apanha não.” Esta é uma verdade que acompanha invariavelmente qualquer ser que tenha consciência de si memo.
A ofensa, o tapa, a humilhação, a traição, o roubo, o abuso, o abandono, a injustiça... Seja qual for o nome que você dê à sua ferida de estimação, por mais que se coloque sobre ela o peso do tempo ou da dureza de levar a vida amargamente, dificilmente ela vai cicatrizar, no máximo vai criar uma leve casca, mas ao menor toque vem à tona a dor novamente carregando consigo todo o potencial doloroso da lembrança de quando a ferida foi aberta.
Alguns vão vivendo como podem, ou melhor, vão morrendo aos poucos como podem. São leprosos de alma, vão levando a vida tomando sobre si armaduras e carapaças como pesadas vestiduras, erguendo seus castelos e fortalezas contra o menor sinal de um novo dano ou machucado. Nem dá para saber se é autodefesa ou autopunição. Muitos vão chorando pelos cantos, sozinhos na escuridão da noite, enxugando suas lágrimas internas e externas como dá, tentando não deixar ninguém perceber a sequidão que é viver assim. É preciso manter as aparências, dizem eles. Outros provocam o mundo com as mesmas dores com que foram afligidos, é quando o traído, por exemplo, tem uma neurótica e compulsiva vontade de trair também para mostrar, inconscientemente ou não, ao mundo que isto dói e muito. Ou quando o humilhado ameniza sua dor humilhando e pisando em qualquer outra criatura que venha ao seu encontro.
A mágoa e o rancor sempre procuram um culpado, disso não se escapa. O problema é que, às vezes, na falta de se encontrar um “bode expiatório”, muitos culpam a si próprios. Com ou sem razão muitos outros, pela falta de coragem para assumir seus erros, vão espalhando suas culpas obsessivas por seus familiares, amigos e inimigos próximos. Nem o próprio Deus, o Criador, escapa do alvo daqueles que querem achar, de qualquer jeito, um culpado para sua tristeza e dor. Estes vão sorteando nomes e culpados para suas feridas como quem distribui as cartas de um baralho numa mesa de Poker.
Faz tempo que muitos desistiram de viver, alguns literalmente, carcomidos por suas dores internas. Já dizia o sábio Shakespeare: “Guardar uma mágoa é como tomar um copo de veneno e torcer para que o seu agressor morra.” Parece irracional, mas o que o famoso escritor inglês descreveu nesta frase é a lógica inversa da cura para toda essa dor que tanta gente carrega e alimenta durante anos a fio. É provado cientificamente que o rancor arquivado pode ser somatizado pelo corpo através de doenças como câncer, gastrite, enxaqueca, cólicas agudas, doenças da pele, distúrbios hormonais, depressão e outras neuropatias sérias.
Etimologicamente perdão é o ato de não imputar a um transgressor a necessidade de pagar pelo erro cometido, ou seja, perdoar é o mesmo que liberar um condenado ou um réu de cumprir uma sentença, é como dizer a um presidiário amarrado na cadeira elétrica: “amigo, levanta daí, não vamos mais ligar a corrente elétrica em você. Você será liberado agora!” Aí está o grande problema encontrado na palavrinha “perdão”: quem perdoa perde muito. O perdão fere nosso senso comum de justiça, principalmente quando os ofendidos somos nós. Quem perdoa, na verdade, assume para si próprio o valor e a dor da punição. Perdoar é como ser ofendido duas vezes, a primeira pelo desafeto recebido, a segunda por abrir mão do justo direito de revidar ou se vingar.
Mas, acredite em mim! Por experiência própria e por ver muitos outros amigos vencendo seus dramas interiores e encontrando denovo o caminho da cura integral. Posso afirmar com a autoridade de quem já experimentou e tem aprendido a experimentar a dádiva de perdoar: existe muito mais benefício em não “cobrar a ofensa” do que alimentá-la dentro de você. Tenho consciência de que não é uma atitude fácil de se tomar, é verdade. Algumas vezes a sensação de náusea, confusão mental e de dor é muito mais forte do que qualquer argumento lógico e racional a favor de liberar ou não o seu perdão.
Não digo isso porque me considero bonzinho, realmente não sou! Tenho meus defeitos como qualquer outra pessoa. O que tenho aprendido até aqui é que, na maioria das vezes, esta capacidade para tomar tal atitude simplesmente não vem de nós. A única força capaz de superar a mágoa e remover toda raiz de amargura é o amor. Ele, o amor, vence todas as coisas, vence até a morte. Não é por acaso que João, o apóstolo, escreve em sua epístola afirmando categoricamente que Deus é amor. Sim, a essência de Deus é o amor.
A única fonte verdadeiramente confiável de amor é Deus, muitos são os textos revelados por toda a Bíblia que expressam este envolvente e imensurável amor de Deus pela sua criação e de forma especial pelo ser humano. Este amor sobrenatural nos ensina a viver e caminhar em direção à cura de nossas feridas emocionais e existenciais.
De forma contundente, o apóstolo Paulo afirma em sua carta aos Romanos, capítulo cinco, verso oito, dizendo: "Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores." Não houve merecimento nosso, não foi o esforço humano que provocou uma reação de perdão de Deus para nós. Foi simplesmente por amor e espontaneamente. A teologia moderna chama isto de solidariedade de Deus em relação ao ser humano, mas a Palavra Revelada chama a isto de Graça. Sem preço, sem barganha, Ele, Deus, fez isto antes que qualquer um de nós pedíssemos ou merecêssemos.
A boa notícia é que em Jesus, Deus ofereceu perdão gratuito a toda humanidade, isto inclui a você e eu. É este mesmo amor que nos convida, igualmente, a perdoar quem nos tem ofendido. O perdão que liberamos hoje retorna como bálsamo, alívio e cura para nossas dores.
Em Jesus, o perdão não é condicional, é mandamento incondicional pois somos perdoados com a mesma medida em que perdoamos. Quando perdoamos nos enchemos mais um pouco de Deus, é como se Deus reconhecesse em nós algo em comum e viesse nos dar um “olá!”.
Então... Quer ser curado? Perdoe! Quer ser liberto? Perdoe! Quer ser realmente feliz? Perdoe!
Talvez você até encontre alguma dificuldade para dar este primeiro passo, mas tenha certeza que o Doce e Santo Espírito de Deus é quem nos auxilia em nossas fraquezas. Ninguém melhor que o Criador para sondar sua mente e espírito nesta hora e saber exatamente do que você precisa. Ele já lhe deu neste dia um coração batendo, isto já é o suficiente para você, como eu, reconhecer que sem Ele nada somos. Acredite! Mesmo no conturbado e obscuro mundo em que vivemos, mesmo diante da morte, da dor, de poderes sobrenaturais da maldade, com a perturbação do passado, do amedrontado presente ou da incerteza do futuro, nada é capaz de nos separar deste gigantesco amor de Deus por nós. Precisamos dele, esta é a mais pura realidade. A única coisa a fazer então é dizer: Deus, me ajude! O resto já é com ele.

O Deus que ensina a perdoar te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

O Cyberespaço é minha paróquia


O Cyberespaço é minha paróquia



"Aconteceu que, num daqueles dias, entrou ele num barco em companhia dos seus discípulos e disse-lhes: Passemos para a outra margem do lago; e partiram." (Lucas 8.22)
"Tendo Jesus voltado no barco, para o outro lado, afluiu para ele grande multidão; e ele estava junto do mar." (Marcos 5.21)
"e, percorrendo toda aquela região, traziam em leitos os enfermos, para onde ouviam que ele estava." (Marcos 6.55)

É inegável a prioridade que Jesus deu à proclamação da mensagem do Reino, indo de cidade em cidade, navegando e atravessando lagos e mares para levar as boas novas do Evangelho. Obviamente ele não teve acesso a toda tecnologia de informação e mídia que possuímos hoje, mas ele soube aproveitar os recursos disponíveis da melhor forma para alcançar o maior número possível de pessoas com sua mensagem. Hora, se valendo da acústica dos montes e planícies, para que o som de sua voz fosse melhor distribuído e ouvido pelas milhares de pessoas que o acompanhavam, hora fazendo de um barquinho o seu púlpito para pregar a quem estava na beira da praia. Como também aplicou recursos ilustrativos e visuais, tais como as parábolas e histórias do cotidiano das pessoas que lhe ouviam, para fazer com que elas entendessem e “captassem” melhor o que ele dizia a respeito da chegada do Reino de Deus.

Jesus sabia com quem estava falando e direcionava todo o seu esforço para que eles recebessem a mensagem do Evangelho de forma clara. Uma característica presente na pregação do Senhor Jesus é que quem o ouvia reconhecia nele a autoridade e verdade de suas palavras, porque percebiam que ele falava sobre o que ele próprio vivia e praticava. Diferentemente dos religiosos hipócritas de sua época, que pregavam sobre conceitos e fardos que eles mesmos não eram capazes de sustentar nos bastidores de suas vidas.

Pouco mais tarde, era comum aos apóstolos alimentar e doutrinar as primeiras comunidades de cristãos, que iam surgindo, através das famosas cartas pastorais. O apóstolo Paulo, mesmo dentro da prisão, impedido de estar pessoalmente nas igrejas, discipulava e orientava-os no proceder cristão escrevendo e enviando mensagens para que fossem lidas durante os encontros da comunidade. Hoje estes textos compõem grande parte do nosso Novo Testamento como Palavra de Deus.

No século XVIII o reverendo John Wesley tinha consciência de seu chamado por Deus e sabia da urgência e extrema necessidade de alcançar as pessoas através do Evangelho. Ele chegava a sentir calafrios ao perceber a degradação espiritual e moral de sua nação e do mundo enquanto os cristãos experimentavam uma fé morna e sem efeito prático de transformação e compromisso com a mensagem do Evangelho.

Impedido de pregar nos púlpitos da Igreja Anglicana, declarou a famosa frase: “o mundo é minha paróquia” e saiu para anunciar o Evangelho aos trabalhadores das minas de carvão da Inglaterra.
Talvez você não perceba claramente o que significou a decisão de Wesley, mas naquela época era pouco comum realizar cultos cristãos fora dos templos. A Igreja interpretava este ato quase que como uma ofensa a Deus. O próprio Wesley, nem sempre foi a favor destas pregações ao ar livre, pois, acreditava antes que as conversões só eram possíveis dentro dos templos das igrejas, até perceber e entender que para Deus não há limites e que a proclamação da Palavra e a salvação de homens e mulheres através do poder restaurador do Senhor dentro e fora dos limites da Igreja era mais importante.

Wesley se tornou um grande adepto da pregação ao ar livre. Em seu diário, muitas vezes escreveu a respeito disso. “Em domingo, 10 de outubro de 1756: Preguei à grande multidão em Moorfields, sobre: ‘Por que morrerás ó casa de Israel?’ É a pregação ao ar livre que produz bons resultados; para bons resultados, não há substituto”.

Hoje estamos sendo desafiados a levar nosso barquinho do Evangelho e da Graça de Deus para navegar neste grande marzão chamado Internet ou Cyberespaço. Percebo que muitos são os aventureiros que ouvem a dica do Espírito em seus corações e já sabem que “o mar está pra peixe”.

Estou convencido que precisamos estudar melhor as novas tecnologias de informação disponíveis e utilizá-las até seu limite máximo. Alguns estudiosos e especialistas dizem que este é o século da comunicação e da informação, eles estão certos. Existem muitos meios onde podemos fazer a mensagem do Evangelho chegar, não somente através das tradicionais mídias impressas e eletrônicas como jornais, revistas, panfletos, TVs e rádios, mas agora também por meio desta maravilhosa e poderosa ferramenta de comunicação e interatividade que é a Web.

Já é possível transmitir cultos via internet para o mundo inteiro a custo zero. Pregadores e escritores podem alimentar milhares e até milhões de pessoas com a mensagem que recebem da parte de Deus. As barreiras da comunicação caíram, postamos textos e informações nos blogs e sites e em segundos são acessados em qualquer parte do mundo.

A internet tem possibilitado aos missionários virtuais chegarem facilmente até os confins da terra, literalmente. Temos recebido a informação e o testemunho de muitos irmãos de que, em países onde há grande perseguição aos cristãos e é proibida a divulgação aberta do Evangelho, como a China e alguns lugares do Oriente Médio, a Internet tem se revelado o grande e eficaz veículo de propagação da fé em Cristo.

Recentemente eu estava aconselhando uma jovem por MSN em outra cidade e resolvi “orar” por ela, ali mesmo, teclando. Eu mesmo estava receoso de que orar daquele jeito, sem imposição de mãos, ou sem que ela pudesse ouvir a minha voz, seria uma barreira na comunicação, não para Deus, mas para a minha expectativa humana de vê-la sendo tocada através daquele momento. Bom, eu “orei” e ao terminar de digitar minha oração, na tela do computador, ela me disse que havia sido profundamente visitada por Deus naquele hora ao ponto de não conseguir mais conter as lágrimas pela alegria da presença e o conforto do Espírito Santo, ali naquele pequeno espaço.

Por outro lado, a internet não deve ser entendida como o único espaço de “ajuntamento solene”. O culto cristão pressupõe comunhão, o próprio Senhor Jesus afirmou: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” (Mateus 18.20), ou seja, a prática cristã necessita de relacionamento interpessoal, é construída através do convívio com gente de verdade. Não creio que a web tomará o lugar das celebrações comunitárias, mas sem dúvida é um lugar onde o Espírito de Deus também pode atuar e nos ajudar a proclamar libertação aos cativos e toda essa gente que vai se afundando perdidamente na navegação sem a bússola da Graça de Deus.

Portanto, ainda há espaço para colocarmos nossos barquinhos em mar aberto. Temos muito trabalho a fazer, o Senhor da Igreja nos pergunta e desafia: "Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?" (Romanos 10.14)

"Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós?" (Isaías 6.8)

Qual será nossa resposta?


O Deus real que também se manifesta no virtual te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

Não acredito em templos


Não acredito em templos

Uma vez perguntaram a Jesus onde era o lugar correto para se adorar a Deus. Quem fez essa pergunta foi uma mulher, samaritana, que não pertencia à "religião oficial" da época. Os judeus consideravam os samaritanos idólatras e impuros. Ela tão pouco teria, aos olhos dos moralistas, uma vida "santa" e "irrepreensível" para se aproximar e fazer tal questionamento ao Senhor, pois se tratava de uma mulher que já havia passado por cinco casamentos e o atual marido, bem... não era de fato marido dela. Um escândalo até mesmo para os discípulos de Jesus que achavam inapropriada aquela conversa.

A resposta de Jesus foi simples: sugerindo não se tratar do lugar físico/geográfico. A adoração a Deus deve ser pessoal, interior, espiritual e sincera.

A primeira coisa que salta aos olhos de quem lê o relato completo do Novo Testamento é que Jesus quebra muitos paradigmas, a começar por tirar da religião e do templo a exclusividade da mediação e do relacionamento com Deus. Nossa oração e adoração não dependem de um altar construído para serem ouvidas. O altar, o templo, o lugar de culto é o próprio coração.

A segunda coisa é que, diferentemente da tendência da religião de dizer quem é puro ou não, quem é mais especial, Deus não nos avalia por questões meramente morais ou sociais. Foi Jesus mesmo quem disse que prostitutas e corruptos poderiam ser mais dignos de entrar no Reino de Deus do que alguns que se consideram exclusivamente santos, mas vivem de forma hipócrita (Mateus 21.31).

O encontro com Deus é transformador, sim. E radical. Mas nem por isso acontece somente nos ambientes ou dias santificados pela igreja ou pelas religiões dos homens. Particularmente não acredito em templos ou em religiões como lugares e entidades sagrados em si mesmos. Acredito no Deus que não cabe dentro das religiões, não é totalmente explicado pela razão humana, ri dos tratados teológicos, não se detém nos limites impostos pelas tradições vazias. Ele conversa com ateus, pagãos e também faz amizade com quem é considerado "afastado de Deus". Deus é maior do que a própria Bíblia ou qualquer outro livro sagrado. Livros são confissões humanas, limitados, mas a Palavra de Deus é eterna e pode ser escrita até mesmo nos corações de quem não sabe ler, de quem não tem acesso ao papel.

O Deus apresentado por (e em) Jesus é o Deus que ama até as últimas consequências, que entende a aflição humana, se comunica multiformemente, que se compadece ao invés de condenar. É o Deus que tem mais prazer na reconciliação do que na condenação e não leva em conta o tempo da ignorância.

"Misericórdia quero" é o que Deus grita enquanto a religião vocifera "morte aos impuros".

Vejo uma multidão esquecida, adoecendo nos arredores da igreja. É gente que não encontrou abrigo, não foi acolhida, foi expulsa e considerada "fora dos padrões". Muitas vezes projetamos no outro o santo que não conseguimos ser e dizemos "enquanto você não se tornar como um de nós, não será aceito em nosso meio". Muitos, a partir desse ponto, decidem viver uma vida apenas de aparências, sem transformação real, simplesmente para serem "aceitos".

Nos esquecemos que quem santifica e transforma é Deus e não nossas imposições, arrogâncias e externalidades. É a caminhada, o dia a dia, que vai nos tratando, curando, limpando as feridas, trabalhando e completando a obra de Deus em nós. Não é no tempo que queremos, mas na compreensão e confiança de que quem opera tanto o querer como o realizar é Deus.

Neste sentido, até mesmo numa conversa de mesa de bar, Deus pode operar com graça, curar e inflamar corações cansados e sobrecarregados. Por que não? Os religiosos de hoje torcerão o nariz da mesma forma como fizeram os fariseus do tempo de Jesus, quando o acusaram de andar com pecadores. Mas Deus trabalha sem se importar com o que falam. Enquanto uns ordenam, outros decretam e outros ainda profetizam suas impressões puramente carnais e humanas, o Senhor vai dando vista aos cegos e ouvidos aos surdos que estão fora dos domínios dos templos.

Nenhuma religião é dona de Deus. Nenhum sacerdote é detentor exclusivo da voz de Deus. Nada que não se pareça com o amor ou com o espírito de Jesus pode ser chamado de Evangelho ou Bíblico, ainda que dito e ordenado pelas grandes instituições religiosas. Pense nisso!



O Deus que ama e fala com pecadores te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!

 

sábado, 3 de novembro de 2012

Pérolas do púlpito contemporâneo




Pérolas do púlpito contemporâneo



Ciro Zibordi (*)

Cada dia que passa a falta de conteúdo dos pregadores contemporâneos fica mais evidente. Parece que os pregadores modernos inventaram o "jeitinho brasileiro" de pregar, onde vale a lei do menor esforço. Nessa onda de repetição, os pregadores jovens copiam os clichês dos "mega"-pregadores, os super-stars do evangelho, e nem sequer avaliam se o que eles estão dizendo tem embasamento bíblico. Por causa dessa realidade tão patente, o PULPITO está lançando a série "Pérolas do pulpito contemporâneo" -- onde visamos alertar o leitor acerca dos famosos chavões, que apesar de possuirem um forte apelo emocional, não são bíblicos.

Nessa primeira postagem, apresentamos 5 chavões muito comuns nos círculos pentecostais e neo-pentecostais:
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"TEM SAPATO DE FOGO?" .
Pregadores que não se preocupam em expor a Palavra — pois a sua missão é movimentar as massas — se valem de perguntas como esta: "Tem sapato de fogo aí, irmão?" Com muita tristeza assisti a um vídeo em que alguém que já foi considerado, unanimemente, o maior expoente da Assembléia de Deus no Brasil participa de um espetáculo deprimente..

No tal vídeo, o pregador é chamado por um animador de auditório, que, apertando a sua mão, pergunta-lhe: "Pastor fulano, tem sapato de fogo? Tem sapaaato?" E ele balança a cabeça, em sinal de aprovação. Quer saber o que aconteceu? Bastou um sopro — e não um soco — para levá-lo à lona, quer dizer, ao chão...
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Fiquei pensando: Meu Deus, um homem que já foi um referencial para muitos jovens pregadores, um defensor das verdades centrais da fé cristã, alguém que admirei, cujos livros e comentários bíblicos para escola dominical eu li, caído ao chão... E ainda acreditando que está certo. Que Deus nos guarde, e que vigiemos, a fim de que jamais apostatemos da fé.
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"ESSA É UMA GERAÇÃO DE APAIXONADOS"
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Você já notou como os jovens costumam empregar o verbo "adorar" para quase tudo de que gostam, menos em relação a Deus? "Adoro cantar", "Adoro dançar", "Adoro ouvir música", "Adoro chocolate", etc. Mas, quando vão falar do Senhor Jesus, o único de fato digno de adoração, dizem: "Estou apaixonado". Isso ocorre principalmente por influência de cantores-ídolos que "adoram" empregar frases de efeito, como: "Essa é uma geração de apaixonados" ou "Deus não rejeita um coração apaixonado".

Paixão, por definição, é irracional, passageira e não leva em conta princípios. A adoração, ao contrário, é racional (Rm 12.1), verdadeira (Jo 4.23,24) e envolve tudo o que há em nós: espírito, alma e corpo, principalmente o nosso espírito, que é a parte mais profunda de nosso ser (1 Ts 5.23; Lc 1.46,47; Sl 57.7).

Alguém poderá perguntar: "O que vale não é a intenção?" Na verdade, não podemos, ainda que bem intencionados, aceitar todas e quaisquer influências do mundo. E o clichê em análise, conquanto para muitos seja apenas uma simples questão de semântica, tem levado os jovens à concepção distorcida da verdadeira adoração a Deus, acima de todas as coisas, o que é muito mais que estar apaixonado!

Sei que alguém, ao ler esta abordagem, pode não estar muito apaixonado por este livro e seu autor. Mas espero, sinceramente, que reflita sobre a importância de adorar somente ao Senhor Jesus e segui-lo, abandonando a postura de fã (Lc 9.23). Não adianta nada alguém usar uma camiseta com os dizeres "Apaixonado por Jesus" ou viver cantando "Apaixonado, apaixonado, apaixonado...", se não andar como Jesus andou (1 Jo 2.6)!
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Abandone, pois, essa canoa furada da geração dos apaixonados! Embarque no navio cujos passageiros são os verdadeiros adoradores, que seguem ao Senhor Jesus, que disse: "Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás..." (Mt 4.10).

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"OLHE PARA DENTRO DE VOCÊ"

Pregadores berram esse clichê com naturalidade, e crentes o assimilam, reconhecendo que de fato têm valor... Sabia que essa frase é cem por cento humanista e contrária à Palavra de Deus? No entanto, como as pregações, nos grandes congressos, têm sido, em geral, palestras motivacionais ministradas na base do grito, poucos se apercebem do perigo que há na supervalorização do ser humano.

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Temos algum valor em nós mesmos, à luz da Bíblia? Que é o homem mortal? Em nossa carne não habita bem algum (Rm 7.18). Somos considerados miseráveis, sujeitos a satisfazer os desejos da carne (Rm 7.19-24). O que faz a diferença em nosso pobre vaso de barro? O precioso tesouro que nele está (2 Co 4.7). Por isso, caro leitor, não acredite nesses animadores de auditório! Quanto a você, pregador, lembre-se de que não foi chamado para massagear egos. Não faça massagem; entregue a mensagem! A sua missão — se é que tem compromisso com a Palavra de Deus e com o Deus da Palavra — é falar a verdade (Jo 10.41). Leve o povo a olhar para Jesus, autor e consumador da fé (Hb 12.2), e não a olhar para dentro de si. Nada temos; nada somos. Humilhemo-nos debaixo da potente mão do Senhor, a fim de que Ele nos exalte (1 Pe 5.6; Tg 4.6).
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"LIBERE UMA PALAVRA RHEMA"
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Certo escritor, já falecido — cujas iniciais do seu nome são K.H. —, fez muitos discípulos (e alguns fanáticos) no Brasil, apesar de nunca ter demonstrado amor e fidelidade à Palavra de Deus. Alguém pode até duvidar do que Jesus disse, mas, se criticar as falácias do papai H., prepare-se para os ataques dos triunfalistas de plantão!
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No Brasil, estão entre os fiéis seguidores de K.H. um famoso telemissionário, cantores-ídolos e outros telepregadores. Ah, os animadores de platéia também têm bebido dessas fontes escuras e turvas. Resultado: todos eles mandam o povo liberar uma palavra rhema, pela qual podem pretensamente trazer à existência o que não existe...
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"Isso é uma questão de fé", alguém argumentará. Não obstante, a fé também deve ser controlada pela Palavra de Deus, a nossa regra de fé, de prática e de viver. A origem de uma profecia — profecia mesmo, e não confissão positiva — não é a nossa fé. Afinal, não é a declaração do crente que é viva, eficaz e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e sim a Palavra de Deus (Hb 4.12), não é mesmo?
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"PROFETIZE PARA VOCÊ MESMO".

Há algum tempo, participei de uma escola bíblica no Nordeste do Brasil, e lá estava um conhecido pregador de massa. Suas principais características: brincalhão, contador de piadas, cortejador, oferecido, imodesto e sem compromisso com a Palavra de Deus. Quer saber como foi sua pregação? Um festival de gritos, tal qual uma maritaca. Mas o povo vibrou com os seus gracejos.

O que mais me chamou atenção na performance do tal animador foi a frase: "Profetize para você mesmo". Ora, com quem ele aprendeu tamanho absurdo? Qual foi o profeta, nas páginas sagradas, que profetizou para si mesmo? Nem Jesus fez isso! E a regra bíblica de que devem falar apenas dois ou três profetas — e não todos, ao mesmo tempo —, enquanto os outros julgam? Nada vale o que está escrito em 1 Coríntios 14?
Quem julga uma auto-profecia? E se ela tiver origem no coração humano ou provier do Maligno? A Palavra de Deus não diz que o coração é enganoso (Jr 17.9)? Ela não nos alerta quanto aos espíritos enganadores (1 Tm 4.1)? Como, pois, alguém pode mandar os crentes profetizarem para si mesmos? Só mesmo um irresponsável para fazer uma coisa dessa.
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"...Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" - Mateus 22.29
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(*) Este artigo foi adaptado do livro Mais erros que os pregadores devem evitar, de Ciro Sanches Zibordi, publicado pela CPAD.



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